segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Deus é forte e eu sou fraco


Nós vimos que a oração é necessária para a nossa salvação e que devemos orar sempre na certeza que Deus ouve-nos em tudo e que sem Ele nada podemos fazer...
Quero dar continuidade a partir daqui, pois a reflexão de hoje será o porquê de Pedro ter negado o Senhor.


Antes de falar o motivo que levou Pedro negar o Senhor, quero falar de alguém que Santo Agostinho combateu nos primeiros séculos: Pelágio da Bretanha. Que foi um monge que estabeleceu-se em Roma por volta de 405, depois passou pela África do Norte e em seguida foi para a Terra Santa.


Entre outras coisas ele afirmava que o homem poderia salvar-se sem o auxílio de Deus e sim com suas próprias forças e suas ideias foram denominadas Pelagianismo.
Algo que Agostinho e Jerônimo combatiam profundamente e que foi condenado nos ano de 417 pelo Bispo de Roma o Papa Inocêncio I e no Concílio de Éfeso no ano de 431.
Para entendermos o pelagianismo vou reforçar:

Sustenta basicamente que todo homem é totalmente responsável pela sua própria salvação e, portanto, não necessita da graça divina. Segundo os pelagianos, todo homem nasce "moralmente neutro", sendo capaz, por si mesmo, sem qualquer influência divina, de salvar-se quando assim o desejar.

No século V, Pelágio havia debatido ferozmente com Santo Agostinho sobre este assunto. Agostinho mantinha que o pecado original de Adão foi herdado por toda a humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e não pode não pecar. Por outro lado, Pelágio insistia que a queda de Adão afetara apenas a Adão, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas, ele também dá a habilidade moral para que elas possam fazê-lo e embora considerasse Adão como "um mau exemplo" para a sua descendência, suas ações não teriam consequências para a mesma, sendo o papel de Jesus definido pelos pelagianos como "um bom exemplo fixo" para o resto da humanidade (contrariando assim o mau exemplo de Adão), bem como proporciona uma expiação pelos seus pecados, tendo a humanidade em suma, total controle pelas suas ações, posteriormente Pelágio reivindicou que a graça divina era desnecessária para a salvação, embora facilitasse a obediência.

Mas voltando o porquê Pedro negou a Jesus vamos ao texto:
Depois de terem cantado salmos, foram para o monte das Oliveiras.
Então Jesus disse aos discípulos: "Esta noite vocês todos vão ficar desorientados por minha causa, porque a Escritura diz: 'Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão'.
Mas depois de ressuscitar, eu irei à frente de vocês para a Galiléia.”
Pedro disse a Jesus: "Ainda que todos fiquem desorientados por tua causa, eu jamais ficarei.”
Jesus declarou: "Eu garanto a você: esta noite, antes que o galo cante você me negará três vezes.”
Pedro respondeu: "Ainda que eu tenha de morrer contigo, mesmo assim não te negarei." E todos os discípulos disseram a mesma coisa.
(Mt 26,30-35)

Percebam aqui que Jesus os advertiu da queda, mas eles no lugar de pedir auxílio a Deus para suportar as tentações preferiram acreditar em si:
 “Ainda que todos fiquem desorientados por tua causa, EU JAMAIS FICAREI”.
E mesmo o Senhor o tendo dito que ele iria o negar ainda assim ele com toda soberba, e arrogância disse:

“Ainda que eu tenha de morrer contigo, mesmo assim não te negarei”.
Muitas vezes nos colocamos assim como Pedro achando que somos os “Super carismáticos” os “Super católicos”, mas acabamos negando o Senhor por qualquer coisa.
É o mesmo episódio do Bezerro de metal fundido em Êxodo 32 em que povo trocou Deus por um bezerro, algo tão insignificante que não tem muita força e o bezerro que nem boi é. Não sei se me faço entender!!

Mas é justamente isso, acabamos trocando Deus por coisas insignificantes...
Jesus ainda os convida à oração, mas eles no lugar de orar vão dormir (Cf Mt 26,40)
O Senhor os acorda, briga com eles, volta mais duas vezes e eles não acordam (Mt 26,40-45)
Precisamos orar, vigiar, pedir o auxílio de Deus para suportarmos as dificuldades.
Pedro aprendeu bem a lição, pois escreve posteriormente:
Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes”. (1 Pd 5,5)
Não conseguimos a bênção, o milagre, a graça que desejamos porque muitas vezes nos colocamos como Pedro, como Pelágio e tantos outros, quando na realidade Deus está sempre pronto a nos atender no momento em que necessitarmos dEle basta apenas reconhecer-se fraco, limitado, pois o verdadeiro significado de Pobreza é impotência. É ser inteiramente dependente da Potência do Senhor.


Lembre-se: “Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes”.
É hora de acordarmos e ver que somos dependentes dele e com nossas forças nada podemos.




quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sem mim nada podeis fazer


Meus irmãos, o Senhor me tem falado bastante sobre a oração e a sua importância na nossa vida.
Tenho lido um livro muito sobre um mestre na oração Santo Afonso Maria de Ligório e tenho visto que a oração é necessária para a salvação do homem e baseado naquilo que tenho aprendido neste livro quero dividir o que o Senhor  me tem falado associado e é claro com a Santa e Poderosa Palavra do Senhor...


Logo no início do livro ele fala algo que chamou bastante atenção, pois como já havia dito é fala que a oração nos é necessária para alcançar a salvação, mas ele diz que por nós mesmo não somos capazes de orar e o próprio Senhor é que vem em nosso auxílio e associa esse pensamento usando o que Ele próprio diz-nos: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5c) e isso me remete ao episódio do menino com espírito mudo:


Quando voltaram para junto dos discípulos, encontraram-nos rodeados por uma grande multidão, e os escribas discutiam com eles.
Logo que a multidão viu Jesus, ficou admirada e correu para saudá-lo.
Jesus perguntou: “Que estais discutindo?”
Alguém da multidão respondeu-lhe: “Mestre, eu trouxe a ti o meu filho que tem um espírito mudo.
Cada vez que o espírito o agride, joga-o no chão, e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente duro. Eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram”.
Jesus lhes respondeu: “Ó geração sem fé! Até quando vou ficar convosco? Até quando vou suportar-vos? Trazei-me o menino!”

Levaram-no. Quando o espírito viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e rolava espumando.

Jesus perguntou ao pai: “Desde quando lhe acontece isso? O pai respondeu: “Desde criança.
Muitas vezes, o espírito já o lançou no fogo e na água, para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem compaixão e ajuda-nos”.

Jesus disse: “Se podes…? Tudo é possível para quem crê”.

Imediatamente, o pai do menino exclamou: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé”.
Vendo Jesus que a multidão se ajuntava ao seu redor, repreendeu o espírito impuro: “Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai do menino e nunca mais entres nele”.


O espírito saiu, gritando e sacudindo violentamente o menino. Este ficou como morto, tanto que muitos diziam: “Morreu”!
Mas Jesus o tomou pela mão e o levantou; e ele ficou de pé.
Depois que Jesus voltou para casa, os discípulos lhe perguntaram, em particular: “Por que nós não conseguimos expulsá-lo?”
Ele respondeu: “Essa espécie só pode ser expulsa pela oração”.
(Mc 9,14-29)

O contexto desta passagem Bíblica não está simplesmente em Jesus ter curado o menino, mas o de os discípulos não terem consigo expulsar o demônio, pois isso só foi possível quando Jesus chegou... (Sem mim NADA podeis fazer)
Entenderam agora?
Não é possível vencer o demônio, as tentações, as dificuldades, sem a Presença de Jesus e convidar Jesus para junto de nós é através da oração.
Não temos forças por nós mesmo e é através dessa poderosa arma que venceremos todas as coisas.
Tem outra passagem que me chama muito a atenção:
Escutai-me, Asa, com toda a Judá e Benjamim: O Senhor está convosco assim como vós estais com ele. Se vós o procurais, ele se manifestará a vós, mas se vós o abandonais, ele vos abandonará. (2 Cr 15,2)
Aqui o contexto é o mesmíssimo de Apocalipse: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. (Ap 3,20)
Deus está sempre disposto a nos auxiliar, mas iniciativa deve ser a nossa de buscá-lo através da oração.
Fica a dica!!!!