À medida que vamos conhecendo a Palavra de Deus vamos
percebendo o quanto Ela é viva e eficaz como nos fala em Hebreus 4,12: Pois
a palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada
de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas.
Julga os pensamentos e as intenções do coração.
Digo isso porque depois de muito tempo lendo, ouvindo a mesma passagem e de um modo particular aqui na Comunidade Obra de Maria onde ela mais do que lida deve ser vivenciada, percebi que o que Ela quer nos dizer é algo muito mais profundo do que eu poderia imaginar...
Vamos à passagem:
Jesus,
ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe:
“Mulher, eis o teu filho!”
Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu. (Jo 19,26-27)
Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu. (Jo 19,26-27)
Essa tradução da Bíblia CNBB é a que mais se aproxima daquilo
que diz no original do Grego, pois outra tradução como a da Ave Maria diz no
final: A partir dessa hora em diante o discípulo a levou para sua casa
Como também na Bíblia dos nossos irmãos protestantes que usa
essa expressão que o discípulo
a levou para sua casa
O que da para entender aqui é como se levasse para casa como
uma hóspede, como alguém pra cuidar, mas o que Jesus vem dizer é muito mais que
isso, pois como sabemos boa parte do Novo Testamento foi escrita no Grego e
essa passagem particularmente foi escrita no Grego, mas por que essa
insistência de falar do Grego?
Pois a passagem diz assim:
“Vendo
Jesus a mãe e o discípulo aquele que amava, de pé próximo disse para a mãe: “Mulher
veja eis aí o teu filho!”
E
então disse ao discípulo: “Veja a tua mãe! E a partir daquela hora recebeu o
discípulo naquilo que lhe era próprio.”
Deu pra entender a
profundidade que o original Grego? Deu para entender o que Jesus nos pediu?
Pois bem, vou tentar explicar...
Quando nosso Senhor nos mostra a sua Mãe e diz veja
a tua Mãe nossa atitude deve ser do discípulo que tomou posse de tal
modo que Maria passou a ser parte dele.
Não como, por exemplo, eu recebi de herança uma casa, um
carro ou qualquer outro objeto que a partir de então aquilo passa a ser meu a
me pertencer, então eu posso dizer: Essa casa é minha, esse carro é meu, mas é
algo que posso um dia desfazer-me desses bens, não é verdade?
Pois bem, no caso de Nossa Senhora ao ser recebido pelo
discípulo não foi como um bem como dei o exemplo à cima, mas é como se lhe
faltasse uma parte do corpo, um membro tipo sei lá se nos faltasse um braço,
uma perna, mas não como uma prótese e sim como um membro novo.
Vou usar de um exemplo bem chulo: como a lagartixa que
perdeu a cauda, mas que depois ela ganha novamente um novo membro.
Eu posso dizer que aquela cauda pertence a lagartixa, ou no
caso nosso eu recebi uma mãe ela é minha , mas bem diferente do carro, casa que
também são meus.
Eu posso arrancar de mim qualquer objeto meu, mas não posso
arrancar minha mão, meu pé...
Deu pra entender?
É aquilo que São Luis G. de Montfort diz no Tratado da
Verdadeira Devoção no 266 : Todo vosso sou ó querida Mãe, e tudo o que tenho é
vosso! (Totus tuus ego sum, et omnia mea tua sunt) E acrescenta
Sou todo teu e tu és toda minha (
Totus tuus ego sum et tota mea) e ainda numa oração que se faz em louvor a Jesus
diz: Maria está em mim!!!
Isso implica algo muito mais do que está comigo é estar
dentro de mim literalmente.
Agora que entendemos o significado daquilo que Jesus nos
deixou então tomemos posse dessa herança preciosa, pois não recebemos uma hóspede,
mas uma Mãe!!
Sou todo teu Maria e tu és toda minha!
Amém!!!