Estava a realizar uma das formações que estou a dar para evangelizadores e quando eu falava do desafio de evangelizarmos uma das pessoas perguntou-me:
- “Mas se eu falar não me quiserem ouvir?” Então eu respondi que muitas vezes nós que somos evangelizadores corremos o risco que querer ver o fruto de nossas evangelizações e aí falei sobre a Parábola do Semeador...
Muitas vezes quando lemos este texto que está escrito em Mt13,1-23 em Mc 4,1-20 e em Lc 8,4-15 paramos apenas nos efeitos que a semente provoca e nos terrenos onde foram lançadas, mas não observamos a pessoa do Semeador. Essa pessoa do semeador somos cada um de nós que anunciamos a Palavra, em Mc 4,14 diz: “O semeador semeia a palavra” e em Lc 8,11 diz: “a semente é Palavra de Deus” Isso implica dizer que o semaador é todo aquele que lança a semente da palavra de Deus, ou seja o evangelizador...
Se observarmos bem veremos que ele não está preocupado onde a semente estar a cair, mas continua a semeiar onde passa. Assim deve ser cada um de nós semear sempre sem preocupar-se se brotará ou não como diz Paulo: “eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer.” (1 cor 3,6)
Não caiamos no erro de achar que somos nós quem fazemos alguma coisa com diz o Grande São Joâo Batista: “Eu sou a voz de quem grita no deserto” (Jo1,23) somos apenas a voz de Deus a gritar. São Paulo entendeu bem o que significava essa Parábola, pois observemos o que ele fala:
“Pois, anunciar o evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o evangelho! Se eu o fizesse por iniciativa minha, teria direito a uma recompensa. Mas se o faço por imposição, trata-se de uma incumbência a mim confiada. Então, qual é a minha recompensa? Ela está no fato de eu anunciar o evangelho gratuitamente, sem fazer uso do direito que o evangelho me confere. Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Com os judeus, me fiz judeu, para ganhar os judeus. Com os súditos da Lei, me fiz súdito da Lei — embora não fosse mais súdito da Lei —, para ganhar os súditos da Lei. Com os sem-lei, me fiz um sem-lei — eu que não era sem a lei de Deus, já que estava na lei de Cristo —, para ganhar os sem-lei. Com os fracos me fiz fraco, para ganhar os fracos. Para todos eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para dele me tornar participante.” (1cor 9,16-23)
E ainda mais do que isso ele fazia do Evangelho uma função sacerdotal:
“No entanto, em alguns trechos desta carta eu vos escrevi com certa ousadia, a fim de vos reavivar a memória, em virtude da graça que Deus me deu: a graça de ser ministro de Jesus Cristo junto aos pagãos, prestando um serviço sacerdotal ao evangelho de Deus, para que os pagãos se tornem uma oferenda bem aceita, santificada no Espírito Santo.” (Rm 15,15-16)
Que neste dia que é dedicado a padroeira das Missões Santa Terezinha do Menino Jesus possamos pedir sua intercessão para sermos semeadores do Evangelho e como o Apóstolo Paulo fazer do anuncio um função sacerdotal e nesse “Sacrifício” que significa Sacro Ofício ou seja “Trabalho Sagrado” possamos semear em todos os lugares que passarmos!
Amém!!!!
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